quarta-feira, 29 de abril de 2009

Memorial Reflexivo

Escrever. Dar asas às palavras. Torná-las doces quando estão acres. Amadurá-las antes que se lancem a outras bocas. Embebedá-las, deixá-las tontas de prazer. Eis o motivo pelo qual tenha me estirado as estudá-las, na vã tentativa de compreendê-las na sua essência, mergulhadas na eterna gravidez que ostentam.
Assim, comecei minha carreira: fascinada por livros que não tinha e nem recursos para comprá-los. Às escondidas, pegava um e outro na casa de um primo, sem seu consentimento. E fiz meus primeiros estudos lendo, devorando palavras, fugidias. E veio a adolescência e as indecisões, um curso técnico para fugir à imposição familiar de ser “professora”.
E então veio a frustração do emprego burocrático, emparedado, com um telefone incessante a interromper o oceano de palavras que insistiam em pulular na minha imaginação, formando teias, redes sem fim. Assim, em abril de 1981, abandonei o trabalho de secretária numa empresa que fabricava e exportava calçados. Sem trabalho e sem muito o que fazer, voltei a estudar. Desta vez, cursei o Magistério que oferecia habilitação para trabalhar com Educação Infantil e as primeiras Séries do Ensino Fundamental. Na fase do estágio, lia muito, muito e tentava não atrapalhar o trabalho que o docente desenvolvia com as crianças, mas não conseguia me envolver naquele trabalho. E algo sempre presente: ler, viajar nas asas daqueles que sempre tinham espaço para me abrigar. E vieram Machado de Assis, Graciliano Ramos e Jorge Amado. E o ano foi passando. Certo dia, numa avaliação da professora de Didática, esta pontuou aspectos de cada um dos estudantes. Quando me avaliou, fez a seguinte e inesquecível observação: “você pode não gostar e nem querer ser professora, mas se decidir mudar de ideia, poderá ser uma excelente profissional”.
Novamente o poder da palavra estava posto à prova. O final do ano chegou e a decisão estava tomada: faria vestibular para cursar Letras. E assim foi. Em 1982 iniciei o curso em Tubarão e também comecei a trabalhar com o ensino de Língua Portuguesa. Que desafio!!! Eram alunos mais maduros que eu, que tinham vivido a experiência de várias reprovações e repetiam de série constantemente. Foram eles que me ensinaram a ser tolerante, flexível, ponderada. Outra marca significativa foi a convivência com a professora de Literatura. Se já amava as palavras, esta profissional me fez mergulhar na amplitude das mesmas, vê-las em seu estado gestacional, sempre as mesmas, sempre outras, como à espera de quem lhes signifique, de quem as ponha à luz ou as afunde na escuridão lúgubre da tristeza daqueles que exorcizam por meio delas as amarguras da vida.
Em 1984, conclui o curso e já prestei concurso público. Em 1985, ingressei na rede pública estadual. Foram algumas viagens: Xaxim, Blumenau, Lauro-Müller, Orleans. Depois mais estudos: uma pós-graduação em Blumenau e novamente encontros com profissionais que cada vez mais me faziam conhecer o mundo sem limites das palavras: mais maduras agora, elas me fizeram ir além: estudá-las mais de perto, torná-las mais íntimas. E o caminho da Semiótica me foi apresentado na obra de Nelson Rodrigues, depois foi possível adaptá-la para a leitura de outras obras. Também, ao lado da Semiótica, veio o contato com a Análise do Discurso e as palavras ganharam mais força e perderam de vez a pureza e ingenuidade para se carregarem de intencionalidade. E quanta ideologia carregam, mas ainda continuam transformadoras, enigmáticas, carregadas de sutis delicadezas, perceptíveis pela agudeza de almas que se transmutam e por elas se deixam seduzir.
E nessa trajetória de descobertas, já se foram 27 anos de trabalho, na escola pública e, paralelo, mais 10 anos na Educação Superior. E, agora, mais uma experiência: fazer parte do grupo de Santa Catarina que trabalha com o Gestar II. É uma nova aprendizagem, permeada por palavras, sempre desafiantes.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Guia Geral

GESTAR II- SC


Programa de Formação Continuada em Serviço
Parceria: MEC E SED
Coordenadora de Grupo:
Carla Maria Michels Nurnberg
Formadora- Língua Portuguesa
Luiza Liene Bressan

Caracterização


Programa de formação semipresencial orientado para a formação de professores de Língua Portuguesa, objetivando a melhoria do processo ensino e aprendizagem.
Tem por base os Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa de (5ª a 8ª séries) (6º ao 9º anos).
Não perde de vista as orientações teórico metodológicas da PCSC.

Finalidade


Elevar a competência dos professores e de seus alunos e, consequentemente, melhorar a capacidade de compreensão e intervenção sobre a realidade sociocultural
Deve provocar a discussão e reflexão sobre os problemas de ensino, articulação com a proposta pedagógica e curricular e plano de ensino, bem como as formas de mobilização da comunidade em torno do projeto social e educativo da escola.


Modalidade do Programa


Formação semipresencial;
Oferece estratégias de estudo individual, visando a autonomia dos formados;
Inclui encontros presenciais para a realização de atividades como:
Troca de experiências e reflexão em grupos;
Esclarecimentos de dúvidas e questionamentos;


Professor Cursista


Professor estadual/municipal que ficará sob responsabilidade do professor formador;
Carga Horária: 120h presenciais e
180h a distância, perfazendo um total de 300h
A certificação será feita pela secretaria Municipal/Estadual.


Atribuições e Responsabilidade do Professor Formador para com o Cursista


Planejar os encontros presenciais e os planos de aulas;
Participar da apresentação e divulgação do Gestar;
Realizar o acompanhamento da prática pedagógica do professor cursista.


Executar as sessões presenciais;
Acompanhar ou orientar o estudo individual do professor cursista, a sua prática pedagógica, a ação do coordenador da escola.
Listar as dificuldades e demandas mais correntes na implementação do programa nas escolas e sugerir medidas de correção.


Processo Metodológico


Oficinas coletivas;
Plantão pedagógico;
Acompanhamento pedagógico;
Realização da atividade 2 da p. 21;
Relatórios quinzenais;
Atividades em sala de aula.


Organização do Material do Gestar II


1 Guia Geral;
1 Caderno de Cursista;
6 Cadernos de Teoria e Prática (TPs)
6 Cadernos de Atividades de Apoio à Aprendizagem (versão do professor);
6 Cadernos de Atividades de Apoio à Aprendizagem (versão do aluno).


Objetivos Gerais da Língua Portuguesa


Possibilitar ao professor de Língua Portuguesa de anos finais (séries finais do Ensino Fundamental) um trabalho que propicie aos alunos o desenvolvimento de habilidades de compreensão, interpretação e produção dos mais diferentes textos.


AAA – Caderno de Atividades de Apoio à Aprendizagem do Aluno


Objetivos:
Subsidiar as aulas com atividades individualizadas aos alunos que se diferem quanto ao ritmo e forma de aprendizagem;
Promover atividades para ensinar conteúdos que o aluno não aprendeu anteriormente e sanar deficiências detectadas ao longo do processo.


Organização dos Cadernos de Teoria e Prática


1.Iniciando nossa conversa (p. 45) Guia Geral
2.Seções
3.Importante
4.Lembrete
5.Atividades
6.Indo à sala de aula
7.Avançando na prática
8.Resumindo
9.Leituras sugeridas
10.Bibliografia
11.Ampliando nossas referências
12.Correção das atividades.


Formatação das 40h Iniciais


Estudos e aplicação dos TPs e Cadernos de Atividades 03, 04 e 05;
01 Oficina Livre – Discussão do Novo Acordo Ortográfico;
Elaboração do Projeto a ser aplicado no 2º Semestre;
Orientações.


Sistema de Avaliação do Professor Cursista

Direitos e deveres (p.50) Guia Geral; Frequência, Lição de casa ou socializando o conhecimento (portfólio), projeto.